domingo, 4 de maio de 2014

Se eu digo a verdade, por que vocês não acreditam?

Poucas situações são tão incômodas quanto aquelas em que não somos acreditados. Seja em uma falsa acusação, em que inutilmente tentamos rebater argumentos, seja em um alerta ou conselho dado, em que com argumentos buscamos convencer alguém sobre algum risco ou sobre o melhor caminho a ser tomado. A falta de confiança ou de crédito em nossas palavras fere nossa dignidade, principalmente quando nosso estilo de vida mostra a nossa sinceridade e boas intenções.
Muita gente admite que Jesus foi um ser humano exemplar, acredita nele como uma espécie de profeta ou “espírito iluminado”. Cabe aqui dizer que ele nunca reivindicou algum desses títulos. O evangelho de João, todavia, relata vários episódios nos quais Cristo afirma quem realmente é: o Filho de Deus. E é notável o embate que se forma entre Jesus, defendendo sua identidade e sua missão, e os líderes religiosos judeus, que tentavam provar que ele era uma fraude, com destaque para os relatos dos capítulos de 6 a 9. Um dos ápices está no capítulo 8, versículo 46: “Qual de vocês pode me acusar de algum pecado? Se estou falando a verdade, por que vocês não crêem em mim?”. Ambas as perguntas soam retóricas; não parece haver necessidade de resposta, pois elas objetivaram confrontar a incredulidade dos judeus. A primeira delas diz respeito ao caráter do Cristo: a árvore é conhecida pelos frutos, e não havia nada nele que o pudesse condenar ou invalidar seus ensinamentos e suas palavras. Pelo contrário, suas boas obras, sábias palavras e os sinais que fazia só poderiam ser vindos do próprio Deus. A segunda pergunta vai de encontro ao âmago da questão: ninguém poderia desacreditá-lo, a não ser com mentiras ou estórias inventadas, mas mesmo assim as pessoas encontravam dificuldades em crer nele. Ninguém conseguia contestar sua sabedoria, e pouquíssimos rejeitariam seus milagres. Mas a grande maioria dos que conviveram com ele, mesmo os que foram beneficiados por suas obras, nunca o conceberam como quem Ele mesmo afirmava ser, Filho de Deus, Redentor da humanidade, único caminho para o Pai. E ainda hoje é assim. Jesus “veio para o que era seu. Mas os seus não o receberam. Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus” (João 1:11,12). Ele não está interessado em admiradores, e muito menos em palavras de afirmação, mas em corações que creiam.

O fato é que a verdade está aí, absoluta e independente se acreditamos nela ou não. Mas se lhe dermos uma chance, o conhecê-la e o vivenciá-la têm poder para mudar nossa vida pra melhor. E você, vai acreditar?