Poucas situações são tão incômodas quanto aquelas em que não
somos acreditados. Seja em uma falsa acusação, em que inutilmente tentamos
rebater argumentos, seja em um alerta ou conselho dado, em que com argumentos
buscamos convencer alguém sobre algum risco ou sobre o melhor caminho a ser
tomado. A falta de confiança ou de crédito em nossas palavras fere nossa
dignidade, principalmente quando nosso estilo de vida mostra a nossa
sinceridade e boas intenções.
Muita gente admite que Jesus foi um ser humano exemplar,
acredita nele como uma espécie de profeta ou “espírito iluminado”. Cabe aqui
dizer que ele nunca reivindicou algum desses títulos. O evangelho de João, todavia,
relata vários episódios nos quais Cristo afirma quem realmente é: o Filho de
Deus. E é notável o embate que se forma entre Jesus, defendendo sua identidade
e sua missão, e os líderes religiosos judeus, que tentavam provar que ele era
uma fraude, com destaque para os relatos dos capítulos de 6 a 9. Um dos ápices
está no capítulo 8, versículo 46: “Qual de vocês pode me acusar de algum
pecado? Se estou falando a verdade, por que vocês não crêem em mim?”. Ambas as perguntas soam
retóricas; não parece haver necessidade de resposta, pois elas objetivaram
confrontar a incredulidade dos judeus. A primeira delas diz respeito ao caráter
do Cristo: a árvore é conhecida pelos frutos, e não havia nada nele que o
pudesse condenar ou invalidar seus ensinamentos e suas palavras. Pelo
contrário, suas boas obras, sábias palavras e os sinais que fazia só poderiam
ser vindos do próprio Deus. A segunda pergunta vai de encontro ao âmago da
questão: ninguém poderia desacreditá-lo, a não ser com mentiras ou estórias
inventadas, mas mesmo assim as pessoas encontravam dificuldades em crer nele.
Ninguém conseguia contestar sua sabedoria, e pouquíssimos rejeitariam seus
milagres. Mas a grande maioria dos que conviveram com ele, mesmo os que foram
beneficiados por suas obras, nunca o conceberam como quem Ele mesmo afirmava
ser, Filho de Deus, Redentor da humanidade, único caminho para o Pai. E ainda
hoje é assim. Jesus “veio para o que era seu. Mas os seus não o receberam.
Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de
se tornarem filhos de Deus” (João 1:11,12). Ele não está interessado em
admiradores, e muito menos em palavras de afirmação, mas em corações que
creiam.
O fato é que a verdade está aí, absoluta e independente se
acreditamos nela ou não. Mas se lhe dermos uma chance, o conhecê-la e o
vivenciá-la têm poder para mudar nossa vida pra melhor. E você, vai acreditar?
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