sábado, 2 de abril de 2016

“Todos atrairei a mim”


Uma semana antes de ser entregue para ser crucuficado, Jesus havia saído de Betânia em direção a Jerusalém, onde haveria a celebração da páscoa judaica. O capítulo 12 do evangelho de João relata que após calorosa recepção pelas multidões, que aclamavam seu nome ao entrar na cidade, Jesus foi procurado por alguns gregos (mais precisamente gentios, ou não-judeus, e não necessariamente pessoas oriundas da grécia) que haviam ido à festa adorar a Deus. Esse contato entre os gregos e Cristo foi mediado por seus discípulos Filipe e André, e o que se seguiu após isso sempre pareceu um tanto “misterioso” pra mim, pelo fato de não haver menção se esses gregos conseguiram falar com Jesus e também pelo teor do discurso por ele proferido.

Logo após ficar sabendo que gentios o procuravam, Jesus imediatamente passou a falar de aspectos relativos à sua morte e sua obra redentora. Falou de ser glorificado, da semente que precisa morrer para gerar frutos e de que apesar de estar com a alma perturbada com o que haveria de acontecer em seguida, era justamente isso que cumpriria o propósito de sua missão. Então, dois eventos simultâneos à crucificação são revelados por Jesus. O primeiro deles diz respeito ao julgamento desse mundo e a derrota de Satanás. A bíblia diz que “O mundo está sob o poder do maligno” (I João 5:19), mas que Jesus Cristo “participou dessa condição humana, para que, por sua morte, derrotasse aquele que tem o poder da morte, isto é, o Diabo, e libertasse aqueles que durante toda a vida estiveram escravizados pelo medo da morte” (Hebreus 2:14,15). A segunda delas diz respeito à humanidade como um todo: “Eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim” (João 12:32). Em sua morte Jesus conquistou a redenção para todas as nações. E não somente isso, mas ele deseja atrair-nos a si mediante a sua cruz. Essa cruz que é a loucura de Deus, e que é amor do começo ao fim. Essa cruz que carrega um corpo moído por nossos pecados e ferido por nossas transgressões e que transparece o coração bondoso daquele que se ofereceu como substituto por nós, para que em sua morte achássemos vida na presença do Pai Celestial.


Talvez sejamos como aqueles gregos, ouvimos desse Jesus e desejamos conhecê-lo, encontrá-lo. Pois bem, esse encontro só é possível aos pés da cruz, onde precisamos encarar quem de fato somos e nossa necessidade de redenção, e onde percebemos quem Jesus Cristo é: o provedor da redenção. É através da cruz que ele nos atrai para si.

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