Uma
semana antes de ser entregue para ser crucuficado, Jesus havia saído
de Betânia em direção a Jerusalém, onde haveria a celebração da
páscoa judaica. O capítulo 12 do evangelho de João relata que após
calorosa recepção pelas multidões, que aclamavam seu nome ao
entrar na cidade, Jesus foi procurado por alguns gregos (mais
precisamente gentios, ou não-judeus, e não necessariamente pessoas
oriundas da grécia) que haviam ido à festa adorar a Deus. Esse
contato entre os gregos e Cristo foi mediado por seus discípulos
Filipe e André, e o que se seguiu após isso sempre pareceu um tanto
“misterioso” pra mim, pelo fato de não haver menção se esses
gregos conseguiram falar com Jesus e também pelo teor do discurso
por ele proferido.
Logo
após ficar sabendo que gentios o procuravam, Jesus imediatamente
passou a falar de aspectos relativos à sua morte e sua obra
redentora. Falou de ser glorificado, da semente que precisa morrer
para gerar frutos e de que apesar de estar com a alma perturbada com
o que haveria de acontecer em seguida, era justamente isso que
cumpriria o propósito de sua missão. Então, dois eventos
simultâneos à crucificação são revelados por Jesus. O primeiro
deles diz respeito ao julgamento desse mundo e a derrota de Satanás.
A bíblia diz que “O mundo está sob o poder do maligno” (I João
5:19), mas que Jesus Cristo “participou dessa condição humana,
para que, por sua morte, derrotasse aquele que tem o poder da morte,
isto é, o Diabo, e libertasse aqueles que durante toda a vida
estiveram escravizados pelo medo da morte” (Hebreus 2:14,15). A
segunda delas diz respeito à humanidade como um todo: “Eu, quando
for levantado da terra, atrairei todos a mim” (João 12:32). Em sua
morte Jesus conquistou a redenção para todas as nações. E não
somente isso, mas ele deseja atrair-nos a si mediante a sua cruz.
Essa cruz que é a loucura de Deus, e que é amor do começo ao fim.
Essa cruz que carrega um corpo moído por nossos pecados e ferido por
nossas transgressões e que transparece o coração bondoso daquele
que se ofereceu como substituto por nós, para que em sua morte
achássemos vida na presença do Pai Celestial.
Talvez
sejamos como aqueles gregos, ouvimos desse Jesus e desejamos
conhecê-lo, encontrá-lo. Pois bem, esse encontro só é possível
aos pés da cruz, onde precisamos encarar quem de fato somos e nossa
necessidade de redenção, e onde percebemos quem Jesus Cristo é: o
provedor da redenção. É através da cruz que ele nos atrai para
si.
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