quinta-feira, 20 de abril de 2017

#vemMeteoro!

Em meio ao caos político, econômico e social tanto no cenário nacional quanto no internacional, surgiu a expressão “vem meteoro” nas redes sociais da internet como um desabafo frente aos absurdos que nos cercam. Frequentemente, notícias e constatações são marcadas com essa hashtag (uma palavra ou expressão chave antecedida pelo símbolo “#”). Alguns dos recentes acontecimentos que foram coroados com o #vemMeteoro, a título de exemplo, são: a guerra da Síria, fãs eufóricos de participantes do BBB e do goleiro Bruno, mãe que foi processada pelo filho por tomar seu celular – enfim, decepções em várias escalas unidas pelo sentimento de descrédito em alguma possibilidade de melhora na humanidade. A ideia de meteoro, nesse contexto, corresponde à de aniquilação da maldade e de recomeço “nos trilhos certos”.
Alguns dias atrás me veio à memória uma história bíblica que me fez pensar sobre o meteoro das redes sociais. O capítulo 2 do livro de Daniel relata um sonho do rei do primeiro império de proporções mundiais, Nabucodonosor, e que foi interpretado pelo profeta Daniel. O sonho consistia em uma grande estátua feita de diferentes materiais: cabeça de ouro, peito e braços de prata, ventre e quadris de bronze, pernas de ferro e pés de ferro e barro misturados. E nesse sonho, “uma pedra soltou-se, sem auxílio de mãos, atingiu a estátua nos pés de ferro e de barro e os esmigalhou. (...) Mas a pedra que atingiu a estátua tornou-se uma montanha e encheu a terra toda” (Daniel 2:34,35). A estátua, conforme a interpretação do sonho, representa os vários impérios: Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma. Todos eles, reinos visíveis e de grandes conquistas. Contudo, foram dissipados e, segundo Daniel, foram substituídos pela pedra que os esmagou, uma alusão ao Reino de Deus inaugurado por Jesus Cristo, a “pedra viva – rejeitada pelos homens, mas escolhida por Deus e preciosa para ele” (1 Pe. 2:4). Essa Pedra cresceu e encheu toda a terra. Esse meteoro, querido leitor, não vem com o propósito de exterminar a humanidade, mas de revelar duas coisas de acordo com Paulo em Romanos 1:17,18. A primeira delas, a Justiça de Deus, revelada no evangelho com o propósito de reconciliar o ser humano com o seu Criador pela fé no sacrifício expiatório de Jesus para o perdão dos nossos pecados. A segunda, é manifestar a ira de Deus “contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça”.
Todo mal e injustiça já foram julgados na Cruz, e aguardam a execução de sua sentença. Nunca vi ninguém “invocar” o meteoro sobre si mesmo – o mal parece sempre estar do lado de fora e a verdade, conosco. Mas, a menos que reconheçamos o mal em nós, jamais poderemos ser cobertos pela justiça do reino de Deus proveniente de seu perdão e estaremos debaixo da realidade de sua ira, que trará juízo sobre todo o mal, inclusive o nosso próprio.