segunda-feira, 17 de outubro de 2016

“Vocês não querem vir a mim para terem vida”

     O psicanalista Sigmund Freud descreveu a dinâmica mental do ser humano em termos de “tensão” e “alívio” - necessidades (de naturezas diversas) que surgem e que trazem consigo o ímpeto para sua satisfação. A sede, por exemplo, gera em nós o instinto de buscar por alguma bebida. Quanto maior a sede, maior o esforço que estamos dispostos a fazer para satisfazê-la. Tenho razões para acreditar que a saúde mental de alguém inclui a forma com que lida com essas tensões (ou ansiedades) e também a forma com que busca aliviar-se. Evidentemente, quem consegue compreender sua própria necessidade terá grande chances de supri-la de forma saudável e bem-sucedida. Para o faminto “qualquer porcaria serve”, mas a satisfação plena somente virá com uma refeição saudável e equilibrada.
     Agora, o que isso significa para nós, na nossa busca diária? Os judeus da época de Cristo buscavam vida eterna. Jesus lhes disse: “Vocês estudam cuidadosamente as Escrituras, porque pensam que nelas vocês têm a vida eterna. E são as Escrituras que testemunham a meu respeito; contudo, vocês não querem vir a mim para terem vida” (João 5:39,40). Eles sabiam o que queriam, e estavam procurando no lugar certo, porém seu ceticismo não permitiu a eles perceberem que aquele que poderia satisfazê-los estava bem à sua frente. Muitos buscam paz, amor, alegria, vida plena, aceitação, estão dispostos a subir aos céus e a descer até o inferno, a sacrificar-se, a destruir-se, a entregar-se a loucuras e perigos. Mas não conseguem (ou não querem) crer que Jesus pode oferecer tudo isso e muito mais, em um pacote só, em si mesmo. Ele é o caminho para Deus, é a Vida Eterna que estava com Deus e nos foi manifestada. Mas nós não queremos ir a ele para receber vida. Ao invés, nos subjugamos a uma vida pela metade. A vida plena começa no momento em que compreendemos que Deus nos ama, e que por nos amar ele enviou seu único filho para que por ele vivamos.

     Tudo o que escrevo vem de experiência própria! Não preciso mais (sobre)viver de lixo, de restos e porcarias – em Cristo sou alimentado com um verdadeiro banquete! “Como é precioso o teu amor, ó Deus! Os homens encontram refúgio à sombra das tuas asas. Eles se banqueteiam na fartura da tua casa; tu lhes dás de beber do teu rio de delícias. Pois em ti está a fonte da vida; graças à tua luz, vemos a luz” (Salmos 36:7-9). Jesus é o mesmo ontem, hoje e eternamente, e o convite que ele fez aos judeus de dois mil anos atrás ecoa para nós hoje: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba” (João 7:37).