Em
meio ao caos político, econômico e social tanto no cenário
nacional quanto no internacional, surgiu a expressão “vem meteoro”
nas redes sociais da internet como um desabafo frente aos absurdos
que nos cercam. Frequentemente, notícias e constatações são
marcadas com essa hashtag
(uma palavra ou expressão chave antecedida pelo símbolo “#”).
Alguns dos recentes acontecimentos que foram coroados com o
#vemMeteoro, a título de exemplo, são: a guerra da Síria, fãs
eufóricos de participantes do BBB e do goleiro Bruno, mãe que foi
processada pelo filho por tomar seu celular – enfim, decepções em
várias escalas unidas pelo sentimento de descrédito em alguma
possibilidade de melhora na humanidade. A ideia de meteoro, nesse
contexto, corresponde à de aniquilação da maldade e de recomeço
“nos trilhos certos”.
Alguns
dias atrás me veio à memória uma história bíblica que me fez
pensar sobre o meteoro das redes sociais. O capítulo 2 do livro de
Daniel relata um sonho do rei do primeiro império de proporções
mundiais, Nabucodonosor, e que foi interpretado pelo profeta Daniel.
O sonho consistia em uma grande estátua feita de diferentes
materiais: cabeça de ouro, peito e braços de prata, ventre e
quadris de bronze, pernas de ferro e pés de ferro e barro
misturados. E nesse sonho, “uma
pedra soltou-se, sem auxílio de mãos, atingiu a estátua nos pés
de ferro e de barro e os esmigalhou. (...) Mas a pedra que atingiu a
estátua tornou-se uma montanha e encheu a terra toda” (Daniel
2:34,35). A estátua, conforme a interpretação do sonho, representa
os vários impérios: Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma. Todos
eles, reinos visíveis e de grandes conquistas. Contudo, foram
dissipados e, segundo Daniel, foram substituídos pela pedra que os
esmagou, uma alusão ao Reino de Deus inaugurado por Jesus Cristo, a
“pedra viva – rejeitada pelos homens, mas escolhida por Deus e
preciosa para ele” (1 Pe. 2:4). Essa Pedra cresceu e encheu toda a
terra. Esse meteoro, querido leitor, não vem com o propósito de
exterminar a humanidade, mas de revelar duas coisas de acordo com
Paulo em Romanos 1:17,18. A primeira delas, a Justiça de Deus,
revelada no evangelho com o propósito de reconciliar o ser humano
com o seu Criador pela fé no sacrifício expiatório de Jesus para o
perdão dos nossos pecados. A segunda, é manifestar a ira de Deus
“contra
toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela
injustiça”.
Todo
mal e injustiça já foram julgados na Cruz, e aguardam a execução
de sua sentença. Nunca vi ninguém “invocar” o meteoro sobre si
mesmo – o mal parece sempre estar do lado de fora e a verdade,
conosco. Mas, a menos que reconheçamos o mal em nós, jamais
poderemos ser cobertos pela justiça do reino de Deus proveniente de
seu perdão e estaremos debaixo da realidade de sua ira, que trará
juízo sobre todo o mal, inclusive o nosso próprio.